Ultrassom da tireóide: entenda como esse exame ajuda a detectar nódulos e outras alterações

Exame não invasivo permite identificar precocemente alterações na glândula e orientar necessidade de outros procedimentos diagnósticos

Você sabia que o ultrassom também pode ser usado para diagnosticar ou prevenir nódulos ou alterações na tireoide? Por ser um método de diagnóstico por imagem que não utiliza radiação, o ultrassom é importante na avaliação da glândula localizada na região anterior do pescoço.

O exame permite identificar nódulos a partir de dois milímetros, além de avaliar características como composição, formato e presença de calcificações.

Ultrassom de tireoide

“O ultrassom é fundamental porque conseguimos visualizar detalhadamente a estrutura da tireoide e suas alterações. Isso permite classificar os nódulos quanto ao seu risco de malignidade e definir quais casos necessitam de investigação adicional“, explica Dr. Armênio Mekhitarian, médico radiologista e diretor técnico do Instituto Avançado de Imagem, especialista em diagnóstico por imagem há mais de 30 anos.

O avanço tecnológico dos aparelhos de ultrassonografia nas últimas décadas revolucionou o diagnóstico de alterações de tireoide. Com equipamentos de alta resolução, os médicos conseguem observar características específicas dos nódulos, como vascularização, ecogenicidade e presença de microcalcificações.

“Hoje conseguimos classificar os nódulos em diferentes categorias de risco, seguindo critérios internacionais estabelecidos pelo sistema TI-RADS. Esta classificação orienta a necessidade de biópsia e o intervalo de acompanhamento mais adequado para cada caso“, acrescenta Dr. Mekhitarian.

Quando fazer o exame

O Ministério da Saúde recomenda a realização do ultrassom da tireoide em casos de suspeita clínica de alterações na glândula, como presença de nódulos palpáveis, alterações hormonais ou histórico familiar de doenças tireoidianas. O exame também é indicado no acompanhamento de pacientes já diagnosticados com problemas na tireoide.

Entre os principais grupos que devem ficar atentos à necessidade do exame estão pessoas com histórico familiar de câncer de tireoide, mulheres acima de 40 anos, pacientes que foram expostos à radiação na região da cabeça e pescoço e indivíduos com alterações em exames laboratoriais da tireoide.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), foram estimados mais de 13 mil novos casos de câncer de tireoide no Brasil entre 2020 e 2022, sendo cerca de 11 mil em mulheres. O diagnóstico precoce, possível através do ultrassom, está associado a altas taxas de cura, que podem chegar a 98% quando descoberto em estágios iniciais.

A realização do exame não requer preparo específico e dura em média 20 minutos. Durante o procedimento, o médico aplica um gel condutor na região do pescoço e utiliza um transdutor para obter as imagens da glândula em diferentes ângulos.

“É um exame indolor e não invasivo, que fornece informações valiosas para o diagnóstico e acompanhamento das doenças da tireoide“, ressalta o especialista.

O ultrassom também tem papel fundamental no planejamento cirúrgico, quando necessário, e no acompanhamento pós-operatório dos pacientes. Em casos de nódulos suspeitos, o exame pode guiar a realização de punção aspirativa por agulha fina (PAAF), procedimento que permite a coleta de material para análise.

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Fontes:

Estatística para câncer de tireoide. Link disponível em: https://www.oncoguia.org.br/conteudo/estatistica-para-cancer-de-tireoide/7406/234/#:~:text=O%20Instituto%20Nacional%20de%20C%C3%A2ncer,a%20cada%20100%20mil%20mulheres. Acesso em 26 de janeiro de 2025.

Dr. Armênio Mekhitarian – Diretor Clínico do Instituto Avançado de Imagem – Médico Radiologista – CRM SP 59.512 | RQE 45534